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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Endereço do site da Associação Brasileira de Psicopedagogia Seção Minas Gerais

http://www.abppminasgerais.com.br/

http://m.otempo.com.br/otempocontagem/noticias/?IdEdicao=286&IdCanal=9&IdSubCanal=&IdNoticia=10077&IdTipoNoticia=1




CUIDADOS. PSICÓLOGA ALERTA QUE USO ABUSIVO DO APARELHO INTERFERE NA AUTOCONFIANÇA
Celular adia autonomia dos filhos
A popularização dos telefones celulares em todo o mundo estaria fazendo com que os pais demorem mais a dar liberdade de escolha aos filhos, o que estaria atrapalhando o processo natural de maturidade
A popularização dos telefones celulares em todo o mundo - no Brasil, são 261,78 milhões de aparelhos, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) - tem feito com que os pais demorem mais a dar autonomia aos filhos, o que estaria atrapalhando o processo natural de maturidade. A afirmação, publicada em recente artigo do "The New York Times", mostra a preocupação de pediatras e psicólogos norte-americanos. "Como é fácil localizá-los (os filhos) em qualquer lugar e a qualquer hora, as crianças e os adolescentes levam mais tempo para fazerem as coisas que eram feitas com menos idade, há 15 anos, 20 anos", diz o artigo. A psicopedagoga Ilkeline de Paula, 43, membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia, alerta que falta bom senso por parte dos pais. Para ela, o uso abusivo do celular como "controle remoto" dos filhos acaba funcionando como uma "linha de pipa", que impede ou retarda o amadurecimento dos filhos, interferindo na autonomia e na autoconfiança deles. Ilkeline diz ser comum ouvir, no consultório, desabafos de jovens que se sentem sufocados com o assédio. Segundo ela, a "marcação cerrada" ainda pode fazer com que os filhos mintam para os pais, dizendo que não atenderam às ligações porque "a bateria acabou" ou porque o aparelho estava no modo silencioso. Para a psicopedagoga, hoje se vive uma "ditadura do tempo real". Ela mesma já ouviu muitos pais dizerem aos filhos, em tom de ameaça: "Eu lhe dei o celular para você atender na hora em que ligo". Ter o aparelho pode parecer a "conquista de mais autonomia", ela alerta, mas, na verdade, acaba se tornando "uma ferramenta de controle". A estudante Ana Carolina Oliveira, 15, reclama da vigília "exagerada" do pai. "Já saio sozinha com os amigos, mas ele me liga o tempo todo. Acho que celular, para ele, é ‘tipo um GPS’", fala. Ela reconhece, no entanto, que, sem o celular, não poderia "pôr o pé para fora de casa". O estudante de engenharia André Anraki Vieira, 20, admite que é arredio ao aparelho, e que a "marcação cerrada" dos pais o desagrada, fazendo com que se sinta vigiado 24 horas por dia. "Gostaria que confiassem mais em mim", diz. Carolina Alves Fiúza, 21, também reclama que a mãe dela, a dona de casa Tereza Cristina Alves, 52, exagera no monitoramento via celular. "Ela me liga muito, muito", diz. Tereza, que também é mãe de Camila, 21, reconhece sim que liga muito para as filhas. Mas acha que a falta de privacidade é o preço a se pagar pela tranquilidade, tanto de um lado quanto do outro. "Às vezes, eu também gostaria de não ser encontrada porque estou preparando uma surpresa, por exemplo. Mas elas ligam e perguntam: `Onde você está?´", justifica. "Mãezona assumida", ela admite que também telefona quando uma das filhas está com dor de garganta ou saiu sem levar agasalho. Se ela acha que isso é tirar-lhes a autonomia? "Não, porque permito que elas façam escolhas profissionais e afetivas, assumindo os riscos que isso implica".